segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um pequeno exemplo

Em Lufinha, os ventos do conforto moderno sopraram mais cedo. Mas ainda há quem seja obrigado a ir buscar água à fonte. "As pessoas fazem furos ou tiram a água de nascentes, mas eu não tenho nenhuma das hipóteses",diz JoãoCorreia, carregado com um cântaro ao ombro acabado de encher num fontanário próximo de casa. "Aqui não há água da rede pública. Não há saneamento básico [há fossas]", lamenta o morador, destacando "a miséria" do lugar e, apesar de tudo, o trabalho do actual presidente da Junta de Freguesia de Ribafeita, Custódio Ferreira, que "já fez mais agora do que os outros nos 12 anos anteriores".

"Não temos onde lavar uma camisa e cada vez que queremos tomar banho temos de ir buscar água a cântaro", diz João Correia, cuja família é uma das quase 58 mil existentes em Portugal que, segundo o INE, têm de carregar água para casa (não são servidas por redes públicas ou particulares). Mas o futuro de Lufinha parece assegurado: não está afectada pela desertificação e fica a meia dúzia de quilómetros da sede de concelho. João Correia ainda pode ter esperança num futuro melhor.

in CM 13 Setembro 2008

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